domingo, 27 de fevereiro de 2011

CARNAVAL - Como sobreviver ?

O carnaval está chegando e com ele os nossos excessos. Bebemos muito, comemos mal e submetemos nosso corpo a longas caminhadas, as quais não estamos acostumados. Mas é carnaval, época de viver a alegria e curtir a folga tão sonhada.
Para isso pensei em um pequeno manual de sobrevivência na “selva”. Então, boa sorte e bom carnaval!!!
  1. Durma bem no dia anterior da folia, carregar a bateria é fundamental;
  2. Se for caminhar muito, faça um leve alongamento, isso poderá prevenir algumas dores no dia seguinte;
  3. Vista uma roupa leve e bem confortável, você ficará com ela por algumas longas horas;
  4. Calce um sapato macio, de preferência um tênis pois amortece o impacto e ainda protege o seu pé das sujeiras;
  5. Guarde seus documentos e dinheiro em um local seguro;
  6. Só leve celular e cartão de crédito se for realmente necessário;
  7. Junte os amigos e revezem a carona;
  8. Antes de sair de casa beba água e vá ao banheiro, no circuito do carnaval não encontramos sanitários em quantidade e em boas condições de uso;
  9. Alimente-se com frutas, massas para dar energia e muito, muito líquido, mas isso não se refere à bebida alcoólica;
  10. Se gosta de uma cervejinha, tudo bem, mas intercale com água;
  11. Churrasquinho de gato e cachorro quente são um perigo, cuidado;
  12. Beijar na boca é muito bom, mas vale lembrar que através dele podemos adquirir diversas doenças, então seja seletivo;
  13. Se resolver namorar lembre-se que a camisinha é imprescindível;
  14. Ao voltar para casa, tome um banho bem gostoso e relaxe pois no dia seguinte tem mais!!!

Bom carnaval à todos e juízo que nunca é demais!!! 

quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011

Resenha Crítica - O amor é contagioso x cuidado humano

Trago partes de uma resenha crítica escrita pela minha aluna Camila Cirino Cerqueira Gomes, do curso de Enfermagem da UCSal, nela serão abordadas questões encontradas no filme Patch Adams- O amor é contagioso e confrontadas com teorias sobre o cuidado humano, tema bastante discutido em sala de aula.
Boa leitura!!!

O cuidar é um ato fundamental quando o assunto é saúde. Todos os seres humanos precisam do cuidado e ás vezes fazer o papel do cuidador, principalmente quando se trata de ambientes onde ocorre a relação profissional de saúde /paciente.
A área de saúde a cada dia deve priorizar e discutir a humanização em seu ambiente de trabalho. A atenção, o afeto que se transmite ao paciente/cliente é de suma importância nesse momento e tem vezes que pode interferir ou não na sua recuperação, mas o importante é por em prática sempre.
Segundo Morse (1990), o cuidar é como uma  característica humana, como um imperativo moral, como afeto, como interação interpessoal e como intervenção terapêutica.
Um exemplo de envolvimento, carinho, gostar de ajudar os outros e levar a alegria para lugares sem lá os mais triste foi o do estudante de medicina Patch Adams, no filme O amor é contagioso, mostrando sua vontade de ajudar e se envolver com os pacientes, “ roubando” várias gargalhadas e despertando a alegria em cada parte que passava do hospital e até se igualava aos comportamentos anormais de alguns pacientes que se encontravam na ala de psiquiatria no intuito de torná-los “ humanos” , porque os profissionais de saúde lá agiam com muita desumanidade, muita frieza. Seu objetivo era humanizar os ambientes hospitalares.
Queria também acabar com a visão que o seu reitor tinha e repassava para os estudantes de medicina, dizendo que para se tornar médico, primeiro teria que se tornar desumano e na sua concepção paciente não precisava do cuidar e sim de tratamento, só remédio.
Muitas vezes algumas situações exigem certa mudança de comportamento com a intenção de estimular o paciente a expressar o que esta sentindo no memento e o que passa em sua mente, segundo Mayeroff(1993), a capacidade do cuidador modificar seu comportamento frente as necessidades do outro, ou seja, aprender com os erros , adquirindo assim comportamento flexível era um dos ingredientes necessários para o cuidar. Esse pensamento se iguala muito a prática de Patch no momento que ele fica na ala de psiquiatria, mostra o lado teórico e o lado prático do cuidar.
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O cuidado nem sempre é recíproco como consta no livro de Waldow (2001). Não se pode esperar a reciprocidade porque muitas vezes o paciente se encontra incapacitado de retribuir e em alguns casos se trata de pacientes com distúrbios mentais. No filme uma colega de Patch morre assassinada pelo seu paciente e depois ele se mata, Patch fica indignado por não sido recíproco o cuidado que eles deram e pelo ser humano ter agido tão friamente.
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O cuidar é a chave de um mundo melhor e mais humano, as pessoas têm que se conscientizar e acostumar a agir desta forma, deixar transparecer o Patch  Adams que cada um tem.

sábado, 19 de fevereiro de 2011

Hipotireoidismo - Desconstruindo mitos

Resolvi escrever sobre o hipotireoidismo por se tratar de um tema da atualidade desde que o famoso e pesado jogador de bola Ronaldo- O fenômeno, anunciou que sofria da enfermidade o que seria a justificativa para o seu ganho de peso, além do fato que caso se submetesse ao tratamento hormonal poderia ser pego no exame anti-dopping.
Para os leigos, a nova informação jogada aos quatro cantos do mundo poderia  ser acatada e até mesmo digna de pena.
Portanto, vamos lá.
A tireóide, glândula localizada na parte anterior do pescoço e anterior a laringe é responsável pela produção dos hormônios T3 ( triiodotironina) e T4( tetraiodotironina) que quando produzidos em taxas normais mantém o equilíbrio do corpo.
O excesso na produção do T3 e T4 acarreta o hipertireoidismo e a produção reduzida destes hormônios o hipotireoidismo.
O hipotireoidismo tem diversas causas como doenças auto-imunes (aquela em que a própria glândula se ataca), genética, remoção da glândula, entre outras causas que podem ser tratadas e o paciente viver tranquilamente sendo acompanhado pelo profissional endocrinologista que solicitará revisões periódicas para avaliar as taxas hormonais e ajustar a medicação caso se faça necessário.
Como características da doença o paciente apresenta em um estado inicial cansaço, fraqueza, cãibras musculares, pele seca, dor de cabeça, unhas fracas, queda de cabelos, sangramento menstrual irregular. È fato de que a mulher normalmente descobre a doença mais precocemente por apresentar problemas na menstruação e questões de estética, o que nos faz pensar que muitos homens possuem a enfermidade ainda sem diagnóstico e tratamento.
Caso o início deste tratamento ocorra tardiamente, algumas complicações podem surgir como ganho de peso, fala arrastada, contispação intestinal, inchaço e dores musculares, dor no peito e tantas outras complicações.
Além de tudo isso a reposição hormonal para o hipotireoidismo não é considerado dopping, pois não vai atuar aumentando a capacidade do atleta, na verdade, só irá regularizar o funcionamento normal do corpo.
Assim, nada mais de desculpas, devemos estar atentos aos sinais que o corpo dá, ele nos fala diariamente. Se algo não vai bem, devemos procurar um especialista. A nossa saúde é o nosso bem maior. Não esqueçam.

segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

O CUIDADO DE ENFERMAGEM E O VALOR DA VIDA HUMANA

Hoje, trago parte de um texto muito interessante sobre O cuidado de enfermagem e o valor da vida humana de Maria de Lourdes de Souza; Vicente Volnei de Bona Sartor; Maria Itayra Coelho de Souza Padilha; Marta Lenise do Prado . Nele descobrimos que o cuidar é algo tão amplo e magnífico que percebemos como nós enfermeiros somos beneficiados ao cuidar de alguém.



O cuidado manifesta-se na preservação do potencial saudável dos cidadãos e depende de uma concepção ética que contemple a vida como um bem valioso em si. Por ser um conceito de amplo espectro, pode incorporar diversos significados. Ora quer dizer solidarizar-se, evocando relacionamentos compartilhados entre cidadãos em comunidades, ora, dependendo das circunstâncias e da doutrina adotada, transmite uma noção de obrigação, dever e compromisso social. 

O cuidado significa desvelo, solicitude, diligência, zelo, atenção e se concretiza no contexto da vida em sociedade. Cuidar implica colocar-se no lugar do outro, geralmente em situações diversas, quer na dimensão pessoal, quer na social. É um modo de estar com o outro, no que se refere a questões especiais da vida dos cidadãos e de suas relações sociais, dentre estas o nascimento, a promoção e a recuperação da saúde e a própria morte. Compreender o valor do cuidado de enfermagem requer uma concepção ética que contemple a vida como um bem valioso em si, começando pela valorização da própria vida para respeitar a do outro em sua complexidade, suas escolhas, inclusive a escolha da enfermagem como uma profissão.

Cuidar em enfermagem consiste em envidar esforços transpessoais de um ser humano para outro, visando proteger, promover e preservar a humanidade, ajudando pessoas a encontrar significados na doença, sofrimento e dor, bem como, na existência. É ainda, ajudar outra pessoa a obter auto conhecimento, controle e auto cura, quando então, um sentido de harmonia interna é restaurada, independentemente de circunstâncias externas.

O cuidado em enfermagem, nesta concepção de colocar-se no lugar do outro, aproxima-se das idéias do humanismo latino ao identificar os seres humanos pela sua capacidade de colaboração e de solidariedade para com o próximo. Deste modo, prestar cuidado quer na dimensão pessoal quer na social é uma virtude que integra os valores identificadores da profissão da enfermagem. Assim, compartilhar com as demais pessoas experiências e oportunidades, particularmente as que configuram o bem maior, a vida, constitui um dos fundamentos dos humanistas, que se apresenta na essência do cuidado de enfermagem. 

Nesta relação de respeito ao outro, é preciso considerar o conceito de mutualidade como meio-termo ou equilíbrio entre duas posições extremas: o paternalismo e a autonomia. O primeiro centralizado na provedoria, e o segundo, assentado extremamente no cliente. Os atributos da mutualidade caracterizam-se por sentimento de intimidade, conexão e compreensão, com objetivo de satisfação de ambos intervenientes.

Ao posicionar o cuidado de enfermagem no contexto de um agir solidário na vida e na morte, a Enfermagem respeita as razões morais de cada cidadão ao mesmo tempo em que convive com dores e alegrias advindas da relação interpessoal. Ao operar nesta dimensão, às vezes extremas, o cuidado orientado pela solidariedade busca a simetria e o equilíbrio nas suas múltiplas atividades enquanto função cuidadora.

A idéia de ajudar os outros na solução de problemas ou de um indivíduo colocar-se no lugar do outro, na maioria das sociedades, ainda permanece válida como referência e conteúdo básico da noção de cuidado em Enfermagem no século XXI. Seu fundamento é o de integrar as pessoas em torno do bem comum e manter o elo social. Assim, cuidar e solidarizar-se significam comprometimento e engajamento político-cultural, prevenindo rupturas da e na sociedade. 


quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011

Identidade, subletividade e sintoma na era contemporânea

Estava relendo alguns artigos sobre a temática da construção da identidade e me deparei com um de Yvana Oliveira que traz a tríade identidade, subjetividade e sintoma na era contemporânea  fazendo refletir sobre o processo de formação e transformação do indivíduo como ser influenciado e influenciador da sociedade e como esta influencia pode trazer enfermidades tanto da alma, como do corpo.

 A autora aborda a doença como sendo a manisfestação de uma patologia que transcende o físico, o palpável, o orgânico e o real, e remete-nos ao aspecto simbólico a qual só poderá ser compreendido a partir das vivências pessoais de cada ser. Reforçando a importância da construção de uma identidade pautada no equilíbrio e no amor. Contudo, a sociedade atual nos pede que a razão se sobreponha aos sentimentos e emoções. Rosseau nos diz que: “Se é a razão que faz o homem, é o sentimento que o conduz.”. Como fica então a formação do indivíduo?

A noção de identidade contém duas dimensões: uma de individual e outra de ordem coletiva mas que estão obrigatoriamente interconectadas. Segundo Winnicott e Merleau-Ponty ( 1990), um indivíduo começa a existir quando é concebido mentalmente, ou seja está ligado ao desejo que unindo-se ao ato físico da concepção produzirá assim uma criança.

O feto desde o ventre materno já é um ser cheio de possibilidades que interage com o meio e sofre influências dele, porém, é somente após o nascimento que o bebê é reconhecido pela maioria das pessoas como um indivíduo.

Devido as limitações naturais, o bebê ainda não tem a percepção real do mundo  e dos objetos que o cercam , sua existência está pautada na satisfação das suas necessidades básica de sobrevivência, sendo a mãe ou quem faça o papel desta, a responsável por este suprimento.

Considera-se uma mãe suficientemente boa, aquela que supre as necessidades de afeto, nutrição e segurança para o bebê e é esta mesma mãe que terá o papel de introduzir seu filho, aos poucos, ao mundo exterior. Assim a criança vai percebendo que suas necessidades não provêm dela própria, mas de um objeto do mundo exterior.

O que deve ser ressaltado é que uma falha neste processo de individuação poderá resultar uma identidade fragmentada com problemas que repercutirão em sua vida, resultando em pessoas simbiotizadas com a mãe, logo sem uma existência própria. Yvana Oliveira ressalta ainda que com a aquisição do processo de individuação, o sujeito pode chegar a construir o que se chama de identidade, além do que a individuação é o primeiro passo para a subjetividade.

Segundo a teoria psicodinâmica  a construção da identidade do indivíduo depende do outro , a pessoa que exerce o papel de mãe fará a apresentação do mundo-objetal à criança, o que chama-se de auto-exo-transferência pois segundo Morin (1994) a referência a si-mesmo depende da referência que o indivíduo adquiriu do mundo externo.

Assim os indivíduos produzem a sociedade, que produz indivíduos, tornando o sujeito um objeto que ora se converte em causa, ora em efeito, ora em produto, ora em produtor, logo imaginamos que as experiências fornecidas pela mãe para a criança atuarão de forma determinante na constituição do indivíduo. Importante também ressaltar que estas experiências serão influenciadas pelas próprias vivências da mãe enquanto criança.

Conseguimos então entender a circularidade do processo de formação da identidade e da relação de causa e efeito. Referente a isso Oliveira nos fala que o coletivo vai determinar o modo de ser dos sujeitos no contexto histórico-social no qual está inserido. Se analisarmos como a sociedade se encontra na atualidade  perceberemos que há a predominância de desigualdades sociais, desestruturação familiar, misérias e torna-se claro qual o tipo de mundo está sendo apresentado as crianças e de que modo toda esta realidade está atuando na formação das identidades e subjetividades.

 Na ciência clássica, e mesmo nas ciências humanas e sociais, a subjetividade aparece como contingência, fonte de erros e assistimos à expulsão do sujeito no que se refere a sua singularidade e subjetividade, em detrimento de uma visão estruturalista, racionalista e cientificista. ( OLIVEIRA, 2004) 

Como conseqüência disto, os indivíduos da era contemporânea sofrem com enfermidades por não conseguirem subjetivarem e tornarem-se sujeitos, pois o sujeito não se separa do corpo social no qual se constitui e está inserido. Claro que cada sujeito é único e por isso mesmo, o impacto que as questões histórico-culturais e psíquica terão diferentes repercussões na formação dos sujeitos, alguns manifestam este impacto nas doenças.

Devemos considerar aqui doença como disfunção orgânica metabólica ou psíquica, que, por manifestar-se quebra a dinâmica da formação, construção e reformulação do indivíduo. O fato de estar doente significa que perdas e mudanças serão necessárias, de forma permanente ou transitória, e isto modificará sua identidade através da aquisição de novos processos de subjetivação, pois a doença abala a condição de ser.

Percebemos que nas sociedades ditas modernas, a racionalidade assumiu patamar elevado, devemos então repensar e tentar entender como os processos de formação dos indivíduos e dos sujeitos  estão destruindo suas singularidades, resultando assim diversas enfermidades comuns do nosso cotidiano. Só assim, conseguiremos planejar um cuidado individualizado e específico para para indivíduo.


terça-feira, 8 de fevereiro de 2011

Auto Conhecimento

Ao iniciarmos nossa trajetória rumo ao conhecimento do cuidado humano, se faz imprescindível buscarmos o auto conhecimento e para isso utilizarei as palavras de Kahil Gibran, grande autor libanês que descorre sobre conteúdos existenciais.


" Vossos corações conhecem, em silêncio, os segredos dos dias e das noites.
  Mas vossos ouvidos têm sede de ouvir o saber de vossos corações.
  Desejais conhecer, em palavras, o que sempre soubestes em pensamento.
  Desejais tocar, com vossos dedos, o corpo desnudo de vossos sonhos.
  E é bom que assim seja.
  A fonte oculta de vossa alma precisa brotar e correr, murmulhante, até o mar.
  E assim seria revelado aos vossos olhos o tesouro de vossas profundezas infinitas.
  Mas que não haja medida para vosso tesouro desconhecido;
  E não deveis sonar as profundezas de vosso conhecimento com cajado e bordão.
  Pois o Eu é um oceano imensurável e sem fronteiras.
  Não dizei: " Encontrei a verdade", mas sim: " Encontrei uma verdade."
  Não dizei:" Encontrei o caminho da alma." Dizei: " Encontrei a alma enquanto seguia meu caminho."
  Pois a alma segue todos os caminhos.
  A alma não caminha sobre uma linha, nem cresce como junco.
  A alma desdobra-se, como um lótus de inúmeras pétalas."

 
                                                      Kahlil Gibran